A primeira versão deste meu ensaio pessoal, VIDA EM VEIOS, foi escrita em 2010, estimulada por uma demanda do curso de especialização em Jornalismo Literário. Eu, que até então me dedicava exclusivamente a escrever sobre os outros, me desafiei a escrever sobre a morte de minha mãe, falecida em 2006.
Revisitei situações e lugares, numa imersão tão geográfica quanto íntima, revivendo tudo sob um novo ponto de vista. A publicação efetiva só aconteceu em 2016 para celebrar os dez anos da Biografias & Profecias.
Quando percebo tudo que a escrita mobilizou em mim, não só pelo aspecto literário, mas pela elaboração das emoções e da sua tradução em sentimentos, sei pela minha própria experiência o quanto encarar nossas memórias e organizá-las, colocando as coisas em seu devido lugar, nos ajuda a superar e transformar o passado em consciência e força para o futuro.
A partir do poder transformador da escrita, olhei para a relação de mãe e filha com mais leveza, centro e objetividade. A narrativa pode ser curativa! É o que afirmam também os estudos do psicólogo americano James W. Pennebaker, sobre a escrita expressiva como um caminho para a cura.
Não à toa, já não preciso carregar mais este drama da perda como um peso. Ele está ali, iluminado, escrito e compreendido. Posso seguir, livre.
E você, sobre o que gostaria de escrever?